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Faz diferença o horário que faço exercício?

O melhor horário para fazer exercício é aquele em que você consegue fazer.

Mas, se você quer ter melhores resultados, pode fazer o horário trabalhar ao seu favor.

Exercício pela manhã diminui mais a gordura abdominal e a pressão arterial em mulheres; exercícios no final do dia melhoram o ganho de massa muscular em mulheres e diminuem a porcentagem de gordura e a pressão arterial em homens.

Esse foi um estudo pequeno, com 27 mulheres e 20 homens, por 12 semanas. Mas é consistente com achados de outros estudos.

Em 2021, foi visto que exercícios de força são mais eficazes no final da tarde, quando a temperatura central do corpo é maior.

A sensibilidade à insulina também melhora com exercícios no final da tarde e podem ser uma estratégia para pessoas com diabetes tipo 2.

Independente do horário do seu exercício, tente mante-lo constante, para ajustar seu relógio biológico e melhorar seu sono também.

A conclusão é que, se der, ajuste o horário ao seu objetivo. Se não, faça na hora que der, mas faça!!!

https://doi.org/10.3389/fphys.2022.893783

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Mitos e verdades sobre diabetes

Primeiro, vamos diferenciar o diabetes tipo 1 e tipo 2. 

O DM1 é aquele que aparece na infância ou adolescência e já precisa de insulina logo ao diagnóstico, por falta de produção de insulina.

O DM2 aparece, em geral, após os 40 anos em pacientes com excesso de peso. Há uma resistência à ação da insulina pelo excesso de peso.

  1. Diabetes é uma doença silenciosa

VERDADE

Os sintomas clássicos de diabetes aparecem no DM1, mas o DM2, na maioria das vezes, é descoberto em exames de rotina. Tem sintomas quando está muito descompensado.

2. Toda pessoa com diabetes vai usar insulina

MITO

O uso da insulina é obrigatório no DM1. O DM2 pode ser tratado apenas medicamentos orais ou apenas com melhoras do estilo de vida!!!! Em casos mais graves, pode ser necessário o uso de insulina.


3. Diabetes tem cura

VERDADE

E não é que agora o DM2 pode ser curado?? Casos recentes de DM2 que tenham uma ótima melhora do estilo de vida com boa perda de peso podem deixar de ser diabetes!!! 


4. Diabetes tipo 1 é o que é hereditário

MITO

Apesar de começar na infância, o DM1 não tem herança familiar. O DM2 pode, sim, ser hereditário. Mas também aparece em pessoas com obesidade e sem casos na família.


5. Se minha mãe e meu pai têm diabetes, com certeza vou ter.

MITO

Se você cuidar dos seus hábitos e mantiver seu peso saudável, pode não ter as doenças que sua genética carrega. Seus hábitos determinam mais a sua saúde do que a genética.

Para saber mais sobre os tipos de diabetes, clique aqui

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O que é obesidade?

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Você sabe definir obesidade? 

A comparação é a rainha da infelicidade e as mídias sociais escancaram isso ainda mais. Achar que tem que ficar com o corpo das blogueiras aumenta a busca por tratamentos para perda de peso. 

Mas obesidade não é querer caber no biquini sem que a barriga faça dobras. (É impossível se sentar e isso não acontecer!) É uma doença crônica e grave.

Obesidade é o excesso de tecido adiposo em todo o corpo, gordura periférica e visceral, que pode causar uma inflamação em todo o organismo e provocar muitas outras doenças.

A definição de obesidade é o índice de massa corpórea (IMC) maior do que 30kg/cm2. Essa conta é feita dividindo o peso (em Kg) pelo quadrado da altura (em cm). Entre 25 e 29,9, temos o sobrepeso.

A obesidade tem muitas causas diferentes. Tem influência genética, dos hábitos, uso de medicamentos, fatores ambientais. 

A boa notícia é que ela tem tratamento!!! Seja com medicamentos ou com a cirurgia bariátrica, há como perder peso. 

Lembrando que, sem uma melhora dos hábitos em geral, é muito difícil manter-se sem o peso perdido. 

Comer bem, fazer exercício, dormir bem, controlar o estresse são essenciais para perder peso e para ficar sem ele depois.

Procure sempre um médico que trate a obesidade com respeito e que possa te ajudar a perder o peso e a manter-se sem ele também! 


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Endocrinologia geral Dra Patricia Baines Gracitelli Endocrinologia geral Dra Patricia Baines Gracitelli

Conhecendo os alimentos: gorduras

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  1. Gorduras saturadas

    Todos os alimentos têm um pouco de gordura saturada. A gordura saturada já foi associada a maior risco de doenças do coração em estudos anteriores, agora as evidências ainda são controversas.

    As maiores concentrações estão nas carnes, laticínios, ovos, alimentos processados e óleos, principalmente óleo de coco e de palma. 8g gordura por porção: cortes gordos de carne de vaca, porco e cordeiro; salames, salsichas e outros alimentos processados (bacon, presunto, peito peru, etc); fast foods (por ex hamburguer); coco e óleo de coco (sim, uma colher de sopa de óleo de côco tem tanta gordura quanto 100g de salsichas, hamburgueres, bacon, etc)

    • 4 a 7g gordura por porção: leite integral; carnes magras; queijos e outros laticínios integrais; óleo de palma

    • 1 a 3g gordura por porção: castanhas e sementes; avocado; óleos (que não de côco e de palma); ovo; peixes.

  2. Gorduras trans

    Gorduras trans são as mais nocivas. São formadas adicionando-se hidrogênio aos óleos vegetais líquidos para ficarem sólidos, em alimentos processados, mas também podem existir naturalmente em carnes e laticínios.

    Aumentam LDL (colesterol ruim) e diminuem HDL (colesterol bom), aumentando o risco para doenças cardíacas.

  3. Colesterol

    Os alimentos mais ricos em colesterol são: ovos, laticínios, queijos, carnes de vísceras, mariscos, carnes (vermelha, frango e peixes)

    O colesterol em excesso é nocivo, mas uma quantidade mínima é essencial para a produção de vários hormônios do nosso organismo.

    Alimentos ricos em colesterol também são ricos em gorduras saturadas, o que piora os malefícios, exceto gema de ovo e mariscos, que têm alto colesterol e pouca gordura saturada

  4. Gorduras insaturadas

    A gordura insaturada pode ajudar a melhorar o colesterol, principalmente se usada para substituir gorduras saturadas e trans nos alimentos processados.

      • poliinsaturada

        • omega 3 e omega 6

        • Peixes, nozes, linhaça, chia, sementes cânhamo 

      • monoinsaturada

        • líquida em temperatura ambiente (azeite, óleo de canola, oleo de girassol, oleo de papoula, abacate)

        • diminui HDL

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Esteatose hepática

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Esteatose hepática é o acúmulo de gordura no fígado. Quando esse acúmulo ainda não traz repercussões para o funcionamento do fígado, é chamado NAFLD, do inglês Non-Alcoholic Fatty Liver Disease - doença hepática gordurosa não-alcoólica. Mas esse acúmulo de gordura pode levar à inflamação do fígado, provocando a esteato-hepatite não-alcoólica (NASH - Non-Alcoholic Steato-hepatites). A NASH evolui para a cirrose, quando a inflamação leva à fibrose do tecido hepático, e, por último, ao câncer de fígado.

A principal causa da esteatose e NASH é o aumento da obesidade. E a NASH faz parte de toda a alteração metabólica presente na obesidade, contribuindo para mais complicações. Pacientes com NASH têm 2x maior risco de doença cardiovascular e morte.

A esteatose hepática é a principal causa de cirrose e segunda principal causa de transplante de fígado no mundo. Há alguns anos, o álcool era o fator principal. Outras causas são as hepatites virais (B e C, principalmente).

É estimado que 30% da população dos EUA tenham esteatose hepática, e 3 a 5% já tenham NASH. Entre os pacientes com DM2, quase 70% apresentam esteatose hepática e 25 a 30%, NASH. Entre os pacientes com obesidade E DM2, mais de 35% já apresentam NASH.

A evolução da esteatose hepática para NASH e, depois, cirrose, é lenta e pode levar até 30 anos. Mas, entre os pacientes com DM2 E obesidade, essa progressão é mais rápida e pode ocorrer em menos de 10 anos. A evolução da cirrose para câncer de fígado acontece em 30% dos pacientes em 7 anos.

O melhor tratamento para a esteatose e NASH é a perda de peso. Pacientes que conseguem perder 10% do peso têm de 90 a 100% de melhora da esteatose e, entre os que já apresentam graus mais avançados da doença, 80% melhoram a fibrose com essa perda de peso. Para perda de peso de 5%, 65% têm melhora da esteatose e 50% regressão da fibrose.

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