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Prolactinoma

O que é prolactinoma?

Prolactinoma é um tumor benigno da glândula hipófise, produtor de prolactina.

Hipófise ou pituitária é uma glândula situada no cérebro, que produz os hormônios que regulam todos os outros hormônios do nosso organismo, é ela que "manda em tudo".

A prolactina é um hormônio produzido normalmente por homens e mulheres, em pequenas quantidades. É mais importante em mulheres, e está relacionado ao desenvolvimento das glândulas mamárias e à produção de leite na amamentação.

 

Quais são os sintomas do prolactinoma?

O prolactinoma produz prolactina em quantidade muito elevada, causando distúrbios relacionados ao sistema reprodutor e à função sexual, tanto em homens quanto mulheres.

Nas mulheres, causa irregularidade menstrual, infertilidade, diminuição da libido, saída de leite das mamas (galactorréia), além de sintomas inespecíficos, como cansaço, desânimo.

Nos homens, pode causar, principalmente, impotência sexual e infertilidade. Pode ocorrer, ainda, aumento do volume das mamas e, muito raramente, galactorréia. Como a função sexual pode ser alterada por muitos outros motivos, como o estresse do dia a dia, o homem leva muito mais tempo que a mulher para investigar o problema e, justamente por isso, é mais comum apresentar tumores grandes (maiores que 1 cm).

 

Como é feito o diagnóstico do prolactinoma?

O diagnóstico é feito pela dosagem hormonal no sangue e pela ressonância magnética, para avaliar a presença e o tamanho do tumor.

Há algumas situações que aumentam os níveis de prolactina, sem que haja um tumor causando isso. Alguns medicamentos como antidepressivos, metoclopramida (Plasil), anticoncepcionais, consumo frequente de cerveja preta, exercícios extenuantes ou mesmo estresse ou gravidez podem aumentar os valores do hormônio.

 

Qual é o tratamento para o prolactinoma?

O tratamento é indicado quando há aumento dos níveis sanguíneos e tumor presente à ressonância, e é feito com medicamentos. Em geral, não há necessidade de cirurgia, mesmo com tumores grandes (maiores que 1 cm).

Se o tumor for menor que 1 cm, o tratamento é feito, geralmente, até que se atinja a menopausa (nas mulheres) ou até que haja diminuição de mais de 50% do tamanho do tumor à ressonância magnética. A monitorização deve ser rigorosa, para avaliar novo crescimento do tumor e aumento dos níveis hormonais.

Em tumores maiores que 1 cm, o tratamento é feito indefinidamente, tanto em homens quanto em mulheres.

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Osteoporose

O que é osteoporose?

Osteoporose é uma doença óssea que deixa os ossos frágeis e mais susceptíveis a fraturas. É uma doença comum, que acomete 1/3 das mulheres de 60 a 70 anos e 2/3 das mulheres com mais de 80 anos.

A osteoporose é uma doença silenciosa, assintomática até que ocorram as fraturas. Os principais locais de fratura são: punho, úmero (braço), coluna vertebral, costelas e, principalmente, colo do fêmur. Nos EUA, ocorrem, aproximadamente, 1,5 milhões de fraturas por osteoporose ao ano. Apesar disso, uma em cada cinco mulheres com fratura não tem o diagnóstico de osteoporose investigado.

 

Quem pode ter osteoporose?

Essa não é uma doença só de mulheres, pode ocorrer nos dois sexos, apesar de ser 4 vezes mais comum no sexo feminino.

Os fatores de risco para desenvolver osteoporose são:

  • história familiar de osteoporose (fator principal)
  • raça branca
  • mulheres após menopausa
  • idosos (mulheres >65a e homens >70a)
  • peso muito baixo
  • sedentarismo
  • dieta deficiente em cálcio ou vitamina D
  • tabagismo
  • etilismo (>2 doses álcool ao dia)
  • fratura prévia
  • uso prolongado de alguns medicamentos (corticóides, anticonvulsivantes, heparina, etc)

 

Como saber se eu tenho osteoporose?

O exame que melhor diagnostica a osteoporose é a densitometria óssea. Outros exames podem mostrar diminuição da massa óssea, como raio X, tomografia computadorizada, ultrassom do calcâneo, mas a gravidade da doença e acompanhamento do tratamento devem ser feitos pela densitometria.

 

Como evitar a osteoporose?

A massa óssea depende do pico atingido na adolescência e início da vida adulta, e esse pico depende da nutrição e atividade física desde a primeira infância. Se a alimentação é deficiente, a perda de massa óssea já começa de um patamar mais baixo...

Para entender como a osteoporose acontece, é importante entender o metabolismo ósseo.

Nossos ossos armazenam quase todo o cálcio do organismo, apenas 1% do cálcio está livre circulando. Quando o corpo precisa de cálcio, retira dos ossos.

Uma boa explicação para entender como isso funciona foi dada pelo Dr. Luiz Henrique de Gregório, vice-presidente do Departamento de Metabolismo Ósseo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM): "São milhares de unidades de remodelação óssea, enquanto uma célula destrói a outra reconstrói. É como um queijo. As células são ratinhos que comem pequenos pedaços. Em seguida, vem outro (ratinho construtor) e tapa esse mesmo buraco, formando um queijo novo. A osteoporose é o desequilíbrio desse processo, a remodelação não consegue acompanhar a velocidade da absorção, deixando o osso frágil. A destruição supera a reconstrução. Se uma quantidade suficiente de cálcio for armazenada ao longo da vida, essa perda será superada."

Alimentação

A melhor fonte de cálcio é o leite e seus derivados. A ingestão ideal varia de acordo com a faixa etária.

Valores recomendados pela Food and Nutrition Board (1997)  para o consumo diário:

Idade         Cálcio (mg)

3-8               800

9-17             1300

18-50           1000

51-70           1200

> 70             1200

 1 copo de leite = 250mg de cálcio, 1 copo de iogurte = 300mg e 1 fatia de queijo = 300mg
 
Mas, ultimamente, a dieta dos jovens tem mudado bastante, trocando o leite e derivados por refrigerantes e sucos industrializados. Pesquisas feitas nos Estados Unidos mostram que só 35% dos adolescentes consomem o mínimo diário necessário de cálcio.

É fundamental corrigir os hábitos alimentares dos jovens e estimular a ingestão de laticínios, protegendo-os do risco de fraturas no futuro. E os adultos e idosos também deve atentar à quantidade ingerida, para evitar perdas nessa fase.

 

Exposição solar

O sol é uma das principais fontes de vitamina D do organismo e um dos itens importantes para a prevenção da osteoporose. Para que haja uma produção adequada de vitamina D, o ideal é uma exposição ao sol de 15 a 20 minutos ao dia, sem protetor solar. E o organismo não acumula os efeitos dos raios solares, a exposição deve ser diária.

Poucos alimentos também podem ser fonte de vitamina D, como peixes, mas a quantidade é muitíssimo pequena.

O maior problema na produção de vitamina D, atualmente, é o uso excessivo de filtros solares e a pouca exposição ao sol. A maioria dos jovens passa mais tempo em casa, atrás do computador ou televisão, e não ao ar livre, dando ao corpo a chance de produzir vitamina D.

A vitamina D é essencial para facilitar a absorção de cálcio no intestino, controlando o metabolismo ósseo, mas também é importante para manter a força muscular, diminuindo o risco de quedas.

leia mais sobre a vitamina D

 

Atividade Física

A atividade física também é essencial à formação da massa óssea. É como se, ao fazer uma atividade de impacto, ocorressem microfraturas no esqueleto, que estimulam o processo de remodelação óssea, levando à formação de ossos mais fortes. Alguns exercícios são melhores que outros, de acordo com o impacto. A natação não é o exercício mais indicado para a osteoporose, a água elimina o impacto que provoca os microtraumas. Mas ajuda de qualquer maneira, porque melhora a força muscular, a coordenação motora e o equilíbrio, diminuindo as quedas.

Se o indivíduo não faz atividade na infância ou adolescência também não formará um bom pico de massa óssea, porque não estimula essa atividade no organismo. Na fase adulta, as atividades físicas regulares funcionam como prevenção de perda. Quem é sedentário perde mais massa óssea.

Assim como o sol, os efeitos da prática da atividade física também não são cumulativos. Pesquisas comprovam que mesmo os atletas que param totalmente suas atividades não serão beneficiados em relação à prevenção da osteoporose.

 

Como tratar a osteoporose?

Após a menopausa, há uma diminuição importante na formação óssea, assim como nos idosos de ambos os sexos. Nesse período, podem ser usados vários medicamentos, como a terapia de reposição hormonal (desde que sem contra indicações) e os bisfosfonatos (por exemplo, o Alendronato de sódio), que ajudam a manter o cálcio nos ossos. Mesmo nessa fase, é essencial bom aporte de cálcio e vitamina D e atividade física regular. Pode ser necessário repor cálcio e vitamina D, se a ingestão não for a ideal.

Além do tratamento medicamentoso e dietético da osteoporose, é importantíssimo evitar as quedas. Exercícios para o equilíbrio, fortalecimento muscular, uso de apoios, como bengalas, e correção de déficit visuais diminuem o risco de cair.

Falta de corrimão em escadas e barras de apoio em banheiros, desníveis dentro da casa, pisos escorregadios e iluminação inadequada estão entre os principais erros em relação à segurança para o paciente com osteoporose. Até com os animais de estimação deve haver mais atenção. Eles podem cruzar o caminho e provocar quedas.

Veja algumas dicas para evitar as quedas dentro de casa:

1) Banheiro

- instalar barras de segurança no box e ao lado do vaso sanitário

- colocar piso antiderrapante, principalmente dentro do box

- deixar uma cadeira dentro do box, para ajudar no equilíbrio durante o banho

- posicionar torneiras em local de fácil alcance

- não trancar as portas, para facilitar o socorro no caso de acidentes

2) Quarto

- retirar tapetes soltos e móveis baixos

- interruptores devem estar próximos à porta

- manter telefones a um fácil acesso

- a cama e outros móveis devem ter uma altura que permita que a pessoa mantenha os pés no chão quando sentada

- utilizar lâmpadas que brilham no escuro em locais estratégicos do quarto e corredores

- manter itens de uso frequente longe de obstáculos

3) Cozinha

- colocar tapetes antiderrapantes perto da pia e fogão

- manter o chão sempre seco

- deixar utensílios e alimentos em locais de fácil alcance

- manter itens mais pesados em locais mais baixos

4) Corredores e escadas

- manter sempre bem iluminados

- as portas devem ser largas

- instalar luzes noturnas

- não encerar o piso

- tapetes e carpetes de fios baixos são mais seguros; fixá-los com fita adesiva própria

- instalar corrimão dos dois lados da escada

- evitar subir as escadas com pés descalços, para não escorregar

5) outros

- remover fios soltos, cordas, etc

- não deixar objetos amontoados ou soltos pela casa

- usar calçados firmes e com sola de borracha

- instalar sensores que acendam as luzes com o movimento

- se usar bengala, ter sempre a ponta de borracha

- ter uma lanterna com fácil acesso, para casos de queda de energia

A prevenção de quedas é o fator principal para evitar as fraturas. 

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Saiba mais sobre a gordura trans

Gordura trans é uma gordura produzida por hidrogenação natural ou industrial e é utilizada para deixar os alimentos mais saborosos e dar a eles melhor resistência, ou seja, manter seu prazo de validade. Olhando por este ângulo, até parece que essa gordura é boa, mas na realidade ela não é.

Os alimentos de origem animal, como a carne e o leite, possuem pequenas quantidades dessas gorduras, mas a maior preocupação deve ser com os alimentos industrializados, como sorvetes, batatas fritas, salgadinhos de pacote, bolos, biscoitos, pastelaria, gorduras hidrogenadas e margarinas.

O consumo em excesso desse tipo de gordura contribui para o aumento dos níveis de colesterol total e LDL-colesterol (colesterol ruim) e para a redução dos níveis de HDL-colesterol (colesterol bom). Essas alterações aumentam o risco de doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (derrame).

Ao contrário dos outros tipos de gordura (saturada, insaturada), não existe ainda um valor definido para o consumo. O ideal é que seja consumido o mínimo possível. Leia sempre os rótulos dos alimentos, identificando quais alimentos são ricos ou não nesse tipo de gordura, e escolha aqueles que contenham o menor teor.

Leve sempre uma vida equilibrada, escolhendo bem seus alimentos.

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10 Coisas que Você Precisa Saber Sobre o Fumo

O tabagismo não é uma doença endocrinológica, mas as complicações que isso pode trazer e a associação perigosa com outras doenças faz com que todas as especialidades médicas estejam empenhadas em combatê-lo.

Esse texto foi baseado em publicação do site da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo. Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) mostram que 10% dos fumantes chegam a reduzir sua expectativa de vida em 20 anos.

 A OMS estima que 1,2 bilhão de pessoas no mundo seja fumante, entre as quais 200 milhões de mulheres.

  • O consumo de derivados do tabaco causa cerca de 50 tipos de doença, principalmente as cardiovasculares (infarto, angina), o câncer e as doenças respiratórias obstrutivas crônicas (enfisema e bronquite). Estas doenças são as principais causas de óbitos por doença no Brasil, sendo que o câncer de pulmão é a primeira causa de morte por câncer.
  • O tabagismo causa impotência sexual no homem e, nas mulheres, complicações na gravidez. Além disso, provoca aneurismas arteriais, úlcera do aparelho digestivo, infecções e outros problemas respiratórias, osteoporose, trombose vascular e redução do desempenho desportivo.
  • Fumar enfraquece o cabelo, deixa a pele seca, reduz o paladar e o olfato. Além do envelhecimento precoce da pele, por falta de oxigenação, inibe a produção de colágeno e elastina, aumentando a flacidez. É comum, nas mulheres que fumam, surgirem precocemente imensas rugas em volta dos lábios.  
  • Os malefícios do fumo são maiores nas mulheres devido às peculiaridades próprias do sexo, como a gestação e o uso da pílula anticoncepcional. A mulher fumante tem um risco maior de infertilidade, câncer de colo de útero, menopausa precoce (em média 2 anos antes) e dismenorréia (sangramento irregular).
  • Quando o fumante dá uma tragada, a nicotina é absorvida pelos pulmões, chegando ao cérebro geralmente em 9 segundos. O fumo causa no Sistema Nervoso Central, num primeiro momento, a elevação leve no humor e diminuição do apetite. O que parece ser prazeroso no começo, causa dependência e vício.
  • O tabaco é prejudicial também para quem se encontra junto do fumante. Além do desconforto, o fumo causa doenças imediatas ou a longo prazo. O risco de doença cardíaca aumenta em 25% num adulto exposto ao fumo passivo.  
  • O tabagismo diminui o colesterol bom, mesmo nas pessoas jovens. Existem cada vez mais indícios de relação entre o tabagismo passivo e o derrame cerebral. Mesmo exposições pequenas podem ter consequências sobre a coagulação do sangue, favorecendo a ocorrência de trombose. As pessoas com doenças cardíacas podem sofrer arritmias, diante da exposição à fumaça do cigarro. O risco de infarto do miocárdio também aumenta.
  • O tabagismo passivo é a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, seguindo o tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool. Fumantes passivos também sofrem os efeitos imediatos como irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, cefaléia, aumento de problemas alérgicos, principalmente das vias respiratórias e aumento dos problemas cardíacos, principalmente elevação da pressão arterial e angina (dor no peito). Outros efeitos a médio e longo prazo são a redução da capacidade funcional respiratória (o quanto o pulmão é capaz de exercer a sua função), aumento do risco de ter infarto ou derrame e aumento do número de infecções respiratórias em crianças.
  • O tabagismo ativo e passivo é especialmente perigoso na gravidez, podendo prejudicar o crescimento do feto e aumentar o risco de complicações durante a gravidez e o parto, tais como a morte fetal, o parto prematuro e o baixo peso ao nascer. Os recém-nascidos e as crianças pequenas também são muito prejudicados. As crianças expostas à fumaça do cigarro têm maior risco de morte súbita, bronquite, pneumonia, asma, exacerbações da asma e infecções de ouvido.
  • Ao parar de fumar, o risco de doenças diminui gradativamente e o organismo do ex-fumante se restabelece. Após 20 minutos do último cigarro, a pressão sanguínea diminui, as batidas cardíacas voltam ao normal e a pulsação cai. Após 8 horas sem cigarro, o nível de oxigênio no sangue pode chegar aos níveis de uma pessoa não-fumante. Após 24 horas, os pulmões já conseguem eliminar o muco e os resíduos da fumaça. Dois dias depois, é possível sentir melhor o cheiro e o gosto das coisas. O corpo já não possui nicotina e a transpiração deixa de cheirar a tabaco. Após duas semanas, melhora a circulação, tosse, congestão nasal, fadiga e falta de ar. Após um ano, o risco de doença cardíaca cai pela metade. Após 5 anos, o risco de ter câncer de pulmão também reduz 50%. Após 15 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao de uma pessoa que nunca fumou.
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Cirurgia bariátrica

A obesidade é uma epidemia mundial. No Brasil, de 2006 a 2009, a proporção de pessoas acima do peso subiu de 42,7% para 46,6% e o percentual de obesos cresceu de 11,4% para 13,9%. Mesmo em crianças os números assustam – um estudo recente em Franca (SP) revelou que 15% das crianças de 7 a 10 anos já estão acima do peso.

E o tratamento da obesidade não é fácil. A reeducação alimentar e a prática de atividade física exigem esforço contínuo, muitas vezes com resultados desanimadores. Muitos pacientes precisam de medicamentos para conseguir manter um peso saudável, mas, para uma boa parte dos obesos, as tentativas são sempre fracassadas...

Nesses casos, a cirurgia bariátrica (“cirurgia de redução do estômago”) é a melhor opção??

Em pacientes com IMC (índice de massa corpórea = peso/ altura ao quadrado) maior ou igual a 40kg/m2, os inúmeros tratamentos e a oscilação de peso, além do potencial genético, agravam o quadro clínico. A morbidade associada à obesidade grau III (hipertensão arterial, doenças articulares, alteração do colesterol, diabetes, disfunções respiratórias, etc.), gerou o termo “obesidade mórbida”, que deve ser abandonado. Sem qualidade de vida e com extrema instabilidade emocional, surge a busca por um tratamento mais eficiente, a cirurgia.

Existem várias técnicas para essa cirurgia, mas a mais comum é a de Capella. Essa cirurgia restringe um pedaço do estômago e muda a ligação com o intestino. Além da restrição por diminuição do volume do estômago, ocorre uma pequena alteração da absorção dos alimentos, porque eles deixam de passar pela primeira parte do intestino delgado.

Essa é uma cirurgia de grande porte, que deve ser muito bem indicada e acompanhada posteriormente. É indicada para pacientes com o IMC maior que 40kg/m2 ou maior que 35kg/m2 com complicações como diabetes, hipertensão arterial, apnéia do sono, doenças articulares, etc. Os pacientes têm que já ter tentado tratamento com mudanças de estilo de vida e medicamentos, a cirurgia nunca é a primeira opção. E há algumas contra-indicações, como cirrose hepática, doenças renais, psiquiátricas, vícios (drogas, alcoolismo), etc

Todos os pacientes devem fazer uma avaliação pré-operatória com psicólogo e nutricionista, e o ideal seria que mantivessem o acompanhamento mesmo após a cirurgia, para evitar recaídas.

A perda de peso é rápida, logo que o paciente sai do hospital. A alimentação deve ser bem restritiva no início, pois o estômago restante é extremamente pequeno (~20ml!). E o importante é reaprender a comer, para manter sempre uma alimentação saudável. Mesmo pacientes com estômago tão pequeno podem aprender a comer coisas extremamente calóricas, como leite condensado e milk-shake, e uma boa parte dos pacientes volta a ganhar peso... Já existem pacientes fazendo a cirurgia pela segunda vez!

O maior problema da cirurgia, a longo prazo, é a desnutrição. A absorção de nutrientes fica muito prejudicada, portanto os pacientes devem fazer sempre reposição de vitaminas, como ferro, vitamina D, cálcio, vitamina B12 e outras se necessário.

Portanto, para qualquer tipo de tratamento para a obesidade, as mudanças de estilo de vida são essenciais. Não é possível se manter magro e saudável sem aprender a se alimentar e fazer atividade física regular, mesmo se seu estômago for muito pequeno. O apoio profissional é sempre importante, mas o sucesso depende, principalmente, da participação efetiva do paciente.

Para ler mais sobre obesidade, clique aqui.

Para saber mais sobre a cirurgia bariátrica, entre em www.endocrino.org.br/cirurgia-bariatrica-mitos-e-verdades

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