5 razões para evitar a dieta sem glúten
Na última década, cada vez mais pessoas têm aderido à dieta sem glúten. Essa dieta é indicada para os portadores de doença celíaca, que correspondem a 1% da população mundial. Mas, com tantas pessoas evitando o glúten, foi possível se estudar os efeitos da dieta em uma grande população. E as conclusões são que, se você não tem doença celíaca, não deve fazer uma dieta sem glúten.
As razões estão listadas a seguir:
1. Discreto aumento nas doenças coronarianas
Na dieta sem glúten, os indivíduos evitam todos os tipos de grãos, inclusive os integrais, diminuindo a ingestão de fibras, o que pode alterar o perfil de colesterol e aumentar a chance de desenvolver doenças coronarianas (angina, infarto).
2. Deficiências nutricionais
Além das fibras presentes nos grãos, que diminuem o risco de doenças coronarianas e câncer de cólon, a dieta sem glúten provoca deficiência de folato, vitamina B12, vitamina D, cálcio, ferro, zinco e magnésio.
3. Obesidade e diabetes
Quando as pessoas deixam de ingerir um tipo de alimento, acabam substituindo por outros. Normalmente, são substituições ricas em açúcar, calorias e gorduras.
Estudos recentes mostraram que a dieta sem glúten não teve impacto de melhorar a síndrome metabólica, que leva ao diabetes, e ainda teve associação com aumento do risco de obesidade.
4. Exposição a metais
Análise da urina de indivíduos que fazem dieta sem glúten mostrou níveis aumentados de arsênico, mercúrio, cadmio, provavelmente por aumento do consumo de arroz e frutos do mar. Ainda não se sabe a implicação desses níveis a longo prazo.
5. Custo
Os produtos sem glúten custam, em média, 200% a mais que os produtos com glúten.
A dieta mediterrânea é a a dieta mais indicada para uma vida saudável. Tirar o glúten, se você não tem doença celíaca, não é indicado.
Dieta Low-Carb x Dieta Low-Fat
Pesquisadores compararam as dietas low-carb (baixa quantidade de carboidratos) e low-fat (baixa quantidade de gorduras), para avaliar qual delas teria o melhor efeito na perda de peso e se há diferença de perda de peso em cada dieta, em relação à presença de genes associados à obesidade e à secreção de insulina.
609 adultos com sobrepeso/ obesidade (IMC entre 28 e 40) foram selecionados e mantiveram as dietas por 12 meses, com acompanhamento por profissionais de saúde. A média de perda de peso foi de 5,3kg no grupo da dieta low-fat e 6,0kg na dieta low-carb, uma diferença não significativa estatisticamente.
Ambos os grupos foram orientados a minimizar ou eliminar grãos refinados (como farinha branca) e produtos com adição de açúcar e aumentar a ingestão de legumes e verduras, sem restrição de calorias. Os participantes foram orientados a não passar fome, para que pudessem se manter na dieta a longo prazo, e a escolher alimentos saudáveis. Refrigerantes diet podem ter pouco carboidrato, mas não são saudáveis. Banha de porco é low-carb, mas o abacate é muito mais saudável, por exemplo.
Não houve diferença também em relação a análises genéticas ou na secreção de insulina, entre os dois grupos. Não foi possível usar padrões genéticos ou de resistência a insulina como fatores preditivos de maior sucesso entre uma dieta ou outra.
A conclusão do estudo foi que, quando se enfatiza a dieta de qualidade, não faz diferença a preferência por diminuir os carboidratos ou as gorduras para perder peso.
Dentistas podem ajudar no controle do diabetes
Pacientes com diabetes tipo 2 (DM2) e periodontite podem ter melhoras no controle do diabetes após tratamento odontológico adequado. Um estudo espanhol mostrou que, após o tratamento periodontal, os pacientes tiveram melhora nos níveis de glicemia de jejum e Hb glicada, independente do tratamento do diabetes. Os autores notaram uma reposta pior do controle do diabetes após tratamento periodontal nos pacientes tabagistas, mas ainda assim houve melhora significativa.
Um estudo holandês inidicou que pacientes com periodontite grave podem ter DM2 não-diagnosticado. Uma análise de 300 pacientes de uma clínica odontológica revelou que os níveis de Hb glicada aumentavam significativamente conforme a gravidade da periodontite e a periodontite grave estava associada a um risco duas vezes maior de diagnosticar DM2.
Os dentistas têm um importante papel no diagnóstico de pacientes em risco de desenvolver DM2 e no controle da doença.
Aplicativos de celular para pacientes com diabetes
Hoje em dia, existem muitos recursos e ideias para facilitar a vida dos pacientes portadores de diabetes. Vários aplicativos de celular ajudam a administrar a alimentação, contagem de carboidrato, doses de medicamentos e insulina, etc.
Seguem alguns exemplos:
1. Glic
Aplicativo brasileiro, único oficialmente recomendado pela SBD ( Sociedade Brasileira de Diabetes). A partir da sua prescrição médica e informação dos alimentos que você ingeriu e medidas da sua glicemia capilar, ele faz contagem de carboidratos, relatório de glicemia, cálculo da dose de insulina a ser aplicada e outros recursos.
2. One Drop
Não tem tradução para o português, mas pode ser usado em inglês, francês, espanhol e outros idiomas. Tem inúmeros recursos, como contagem de carboidratos com um catálogo completo de alimentos, registro de atividades físicas, lembretes para aplicação de insulina e horários dos medicamentos, estatísticas da sua glicemia e integração com aplicativos de medidores de glicemia, como Accu-check. Também pode ser usado no Apple Watch.
3. mySugr
Aplicativo 'divertido', excelente para crianças e idosos. Tem os mesmos recursos de registro de refeições, medidas de glicemia, alerta de provável hipoglicemia, gráficos e estatísticas, além de cálculo estimado de hemoglobina glicada. O principal diferencial são mensagens motivacionais. Também tem uma versão para Apple Watch.
4. Glucose Buddy
Aplicativo mais antigo para controle do diabetes, mas se mantém sempre atualizado. Tem os mesmos recursos dos anteriores, e também ajuda no controle de peso e alimentação, indicando a quantidade de alimentação a ser ingerida de acordo com seu peso, altura, sexo, idade, meta de peso, etc.
É possível "curar" o diabetes tipo 2?
O diabetes tipo 2 é uma doença associada à obesidade, alimentação inadequada e sedentarismo, além de diversos outros fatores (leia mais aqui) . Uma vez diagnosticado o diabetes, poucos pacientes conseguem se manter sem medicações antidiabéticas para o controle da glicemia (nível da açúcar no sangue).
Um estudo publicado em dezembro de 2017 mostrou que pacientes com diabetes há menos de 6 anos, submetidos a dietas de baixas calorias (em média 800 kcal/d por três meses), seguido de uma reintrodução calórica progressiva e uma fase de acompanhamento de manutenção de peso perdido, com estímulo à atividade física, tiveram uma média de 46% de remissão do diabetes.
A perda média de peso foi de 10kg em 1 ano, e 24% dos pacientes perderam 15kg em 1 ano. Entre os pacientes que perderam mais de 15 kg, 86% atingiram remissão, e dos que perderam 10-15 kg, 57% atingiram remissão.
21% dos pacientes participantes largaram o tratamento no meio do caminho, por dificuldade de adesão (maior razão: dificuldade de vida social), e não atingiram a perda de peso esperada e não tiveram remissão do diabetes.
Portanto, o controle adequado do peso e da alimentação são essenciais para manter a glicemia normal e evitar as complicações associadas ao diabetes. O reganho do peso trará de volta o diabetes.
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